E aí, pessoal, como estamos? Para o post de hoje, trago o livro “O Sol também é uma Estrela” de Nicola Yoon. Depois de ler "Frank e Amor" de David Yoon, fiquei muito interessada nas obras de Nicola, mas o preço sempre foi algo que me deixou pra trás. Porém, promoções lindas do kindle me deram essa felicidade.
Natasha Kingsley é uma garota cética, ligada à ciência, que não acredita em coisas como sorte, destino e sonhos grandes demais. Cética, realista e pé no chão. Natasha tem um grande problema: sua família está a 12 horas de ser deportada para Jamaica e tenta lutar contra o tempo, em busca de uma maneira de permanecerem nos EUA.
Daniel Bae é um bom filho, um bom aluno, sempre vivendo a monotonia de estar à altura das expectativas de seus pais, nunca se permitindo seguir suas próprias vontades e desejos, assim, nunca se permitiu ser sonhador, poeta. Seguindo o roteiro dado por seus pais, Daniel se encaminha para uma entrevista para uma faculdade que não quer ir e um curso que não quer fazer.
Mas e se essa coisa toda de destino, sorte e ação do universo fosse, de fato, real? Havia um motivo para todo aquele papo de Deus ser mencionado no metrô e, em seguida, DEUS EX MACHINA estar escrito nas costas da jaqueta daquela garota.
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Eu gostei muito como as coisas se desenrolam nesse livro, como cada pequena ação resulta em uma ação ainda maior. Os personagens são bem intensos e, às vezes, me perguntei se não era exagero, mas já fomos adolescentes, certo? Já tivemos, em algum momento, essa intensidade em situações diversas. A certeza de que dará certo, de que é assim que a vida deve seguir.
Me apaixonei pelo livro, pela escrita, pelo desenrolar dos personagens, com a expectativa na incerteza. Além do mais, gostei muito de como as coisas são explicadas, como personagens secundários são citados, seus problemas e lutas. Voltando ao fato de ação e reação, mostra como cada coisa está interligada e, muitas vezes, agimos como se estivéssemos sozinhos no mundo. Nicola Yoon me ganhou, com toda certeza!
Sobre os personagens, gosto dessa dualidade Ceticismo vs Sonhador. Ao longo do enredo, percebemos que Natasha tem suas razões para ser tão cética e desacreditada do amor e, ao mesmo tempo, torcemos para que Daniel possa sair dessa zona de controle de seus pais. No que diz respeito a aparência e ascendência dos personagens, eu ADOREI que se tratava de pessoas tão comuns, principalmente nos EUA, mas tão esquecidas na literatura e no cinema: imigrantes e filhos de imigrantes. As individualidades de cada personagem vem de forma natural e eu fiquei feliz demais em ver um casal birracial para além de pessoal branca + qualquer pessoa racializada. Casais como Natasha e Daniel existem e devem se sentir representados: a própria autora Nicola Yoon é uma mulher negra filha de imigrantes jamaicanos, casada com David Yoon, um homem coreano-americano, filho de imigrantes.
No caso do filme (WarnerBros, 2019), é normal sentirmos que falta alguma coisa, de que o roteiro poderia ter seguido melhor a organização do enredo do livro, mas confesso que o longa me ganhou, também. Gostei das escolhas do atores, acompanho a Yara Shahidi em outros trabalhos e conheci o Charles Melton no filme, fiquei encantada com os dois. Uma pena que tenha tido pouca visibilidade em comparação a outros filmes adolescentes que saíram na mesma época.
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Para finalizar, a leitura do livro no sábado e ter assistido o filme no domingo me deixou uma sensação boa, o desejo de voltar... a sonhar. Foi uma sensação nostálgica que me lembrou de quando eu costumava ler e escrever fanfics, de quando cada história, por mais simples que fosse, trazia um calorzinho no coração. Fiquei feliz com isso!
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