Título: A vida que enterramos
Autor: Allen Eskens
Tradução: Renato Marques e Alexandre Raposo
Páginas: 270 páginas
Editora: Intríseca
O ano é 1980. Crystal Hagen, de quatorze anos, é uma típica adolescente feliz. Apaixonada pelo namorado e dedicada aos ensaios de líder de torcida, ela relatava no diário os dramas e descobertas comuns da juventude. Até que a realidade brutal do mundo se impôs: com indícios de abuso sexual, o corpo incinerado de Crystal foi encontrado no galpão de ferramentas do vizinho. Trinta anos depois, cabe a Joe Talbert, um estudante cuja missão inicial era apenas entregar mais um dentre os inúmeros trabalhos da faculdade, passar a limpo os mistérios que cercam a morte da jovem. Mas, para montar esse quebra-cabeça, ele precisa resgatar das garras do tempo todas as peças que restaram. A principal delas: Carl Iverson, o homem que foi condenado pelo assassinato.
A vida que enterramos foi uma das
poucas compras “às escuras” que deu certo. Não conhecia o autor, tão pouco
tinha ouvido falar da obra, mas a sinopse me chamou a atenção. Depois de ler
seis romances de época, era hora de inovar. Precisava mudar. Assim, o romance de estreia de Allen Eskens foi o
escolhido.
O enredo em si já me agradara, afinal,
sou muito fã da série Cold Case (ou
Arquivo Morto, para quem assistiu no SBT) e um assassinato em 1980 voltar à
tona trinta anos depois por conta de um trabalho da faculdade seria algo
completamente possível na série. De
início nós já nos identificamos com Joe Talbert, personagem principal, que como
boa parte dos estudantes universitários de classe baixa, sofre conciliando
estudos e trabalho – e, para completar, uma mãe problemática e um irmão
autista.
Quando o trabalho para escrever uma
biografia surge, Joe se vê sem uma figura mais velha que possa ter algo de
extraordinário para ser contado e resulte em uma boa nota. Decidido a salvar
seu semestre, o jovem vai até um asilo em busca de qualquer idoso que pudesse ter
tido uma vida interessante. Sua curiosidade é atiçada ao saber que um criminoso
passa seus últimos meses de vida ali em liberdade condicional para tratar um
câncer. Carl Iverson passara trinta anos preso por estupro e assassinato de vulnerável.
Aqui, o(a) leitor(a) embarca na jornada difícil de Joe para compreender como o
herói soldado veterano do Vietnã pudera ter cometido os crimes horrendos pelos
quais fora condenado.
O livro é cercado de mistério,
suspense, drama e um leve romance que não estraga a história, mas a
complementa. A busca da verdade que o jovem se envolve, muito mais do que um
simples trabalho, mas uma vida que, ao contrário do que todos dizem e
acreditam, foi injustiçada. O desenvolvimento da amizade entre Joe e Carl é
incrível e tocante, nós do outro lado das páginas sentimos a importância desse
laço e o quanto a vida dos dois mudara após aquele trabalho.
E o processo de amadurecimento de Joe
Talbert também é incrível. Vemos seus medos serem enfrentados, as culpas se esvaírem,
o amor renascer. A vida que enterramos
é uma leitura que prende, que envolve e quando você se der conta, as páginas já
acabaram e o que resta são lágrimas nos olhos.
2 Comentários
Se o livro é da Intrínseca, já me interessa de cara, haha. Acho que já te contei da minha enorme paixão por essa editora? O fato é que achei a sinopse interessantíssima. Adoro mistérios e achei interessante a premissa inicial, de tudo começar com um trabalho da faculdade. Muito interessante mesmo! Leria, com certeza. Se tiver a chance. =)
ResponderExcluirEu acho bonitinha essa sua paixão por editoras específicas, eu não consigo ser assim. KKKKKKKDSLKFJSLKJ Eu gostei bastante, confesso que já li suspenses e mistérios mais elaborados, mas ainda assim, é um livro muito bom! :)
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