A paranoia é um fenômeno que atinge boa
parte das pessoas indecisas. Quando em evidência, o ser hospedeiro da paranoia tenta
convencer a si mesmo de que não está portando a doença.
Mas é em vão.
Quando já instalada, a paranoia mexe
com tudo aquilo que o hospedeiro lutou para arrumar, esquecer e se certificou
de que havia superado. Perguntas passam a rondar a mente do hospedeiro, como
por exemplo: “Será?” “Mas por quê?” “Devo perguntar?” “A culpa é minha?”
O ser hospedeiro então passa a lutar
com a paranoia e convence a si mesmo que são apenas sintomas de algo
indesejado. Sem a prescrição médica devida, toma um analgésico muito comum, o ignorant e passa a ignorar tudo o que a
paranoia lhe causa. Com o tempo, os sintomas somem. Não há mais dúvidas, não há
receio, não há desconfiança.
E então, num belo dia, um sintoma novo,
muito mais forte e devastador que os anteriores, surge.
A paranoia, em toda a sua simplicidade,
mostra-se certa.
“Viu, só? Você deveria ter perguntado”,
ela diz.
Tão frustrado quanto antes, talvez até
mais, o ser hospedeiro percebe que ignorar nem sempre resolve.
Pois é, tomar certos analgésicos sem a
orientação médica, até pode melhorar os sintomas inicialmente, mas num futuro não muito longo, o efeito causado é ainda pior que o primeiro.
Texto originalmente escrito em 02 de agosto de 2015.
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